Campina Grande e seus espaços


Cidades e seus muitos espaços. Muitas vezes moramos num lugar e pecamos em não conhecer tudo que aquela localidade pode nos oferecer. A cidade, em meio a suas diversas comunidades e grupos, vão desenvolvendo gradualmente seus espaços públicos e privados. Parques, praças, museus, monumentos. Muitas vezes quem os visita são os vândalos, deixando as marcas da sua rebeldia muitas vezes sem causa, de um grafite que poderia ser usado para o bem comum, mas visa apenas depredar os adornos da cidade que, pelo visto, parecem repudiar.

Campina Grande não foge essa regra. Temos ricos espaços de trocas sociais, mas que muitas vezes ficam abandonados por motivos os mais diversos. "Ah, não tive tempo!", "Essa obra é do grupo político A e B", "Essa exposição é daquele artista que só quer a fama", "Nem sabia que isso tinha aqui". Uma mescla de desinformação, preconceito, descaso parecem minar aquelas que poderiam ser nossas pérolas. Motivo de orgulho do nosso rincão nesse país chamado Paraíba. Oportunidade de quebrarmos o mito do Brasil vira-lata.

Longe de depositarmos  a culpa em um único grupo. "Tá vendo, caindo aos pedaços, culpa do poder público". "Vamos fazer com os materiais mais baratos, afinal é para o povo mesmo, não dura um ano". Não seria estranho se ouvíssemos comentários assim, que nunca são oficiais, mas aqueles de cochicho, de porta de rua. É sim importante refletirmos sobre a situação das coisas, mas é tão importante quanto nos engajarmos e tomarmos também para nós mesmos os destinos daquilo que nos cerca.

Precisamos visitar mais o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAAP), às margens do Açude Velho, carinhosamente apelidado de Museu dos 3 Pandeiros. Precisamos conhecer a história e honrar a vida daqueles que vieram antes de nós, como é bem representado no monumento dos Tropeiros da Borborema, também às margens do Açude Velho. Precisamos conhecer mais do Museu do Algodão, matéria-prima que foi motor que impulsionou por um bom tempo o desenvolvimento desta cidade. Precisamos comparecer mais ao Teatro Municipal Severino Cabral e prestigiar os artistas da nossa terra como de fora dela.

Um povo se define na medida em que mostra como usa os seus espaços e recursos. Precisamos nos investir de conhecimento das nossas próprias cidades, para que com orgulho, possamos ao falar delas trazer sempre boas lembranças para nós e os que nos visitam.

Comentários

  1. Muito bem dito Carlos, parabéns! Precisamos valorizar, compreender e defender os espaços públicos em nossas cidades. Uma pergunta: Campina Grande tem um espaço dedicado a difusão da astronomia? Um planetário ou um observatório público? Fiquei com vontade de conhecer Campina Grande.

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    Respostas
    1. Prof. Adriano Aubert. imensa satisfação ler seu comentário. Obrigado pelo apoio. Sobre Campina Grande e astronomia, hoje temos duas iniciativas importantes na forma do radiotelescópio BINGO que será instalado no alto sertão da Paraíba no município de Aguiar com parceira de diversas instituições entre elas a UFCG e o Governo do Estado da Paraíba. Temos também a implantação de telescópios ópticos que será feita no Município de Juazeirinho em parceria com Universidade de Xangai e a UEPB para o monitoramento de lixo espacial. As atividades de divulgação e espaço efetivo para a astronomia ainda são incipientes em Campina Grande.
      Foi um imenso prazer ver o trabalho do OAGLL em Macéio, AL quando nos conhecemos, sabendo de todos os desafios que envolvem manter uma estrutura assim. Bem como o magnífico períodico de divulgação da astronomia produzido pelo OAGLL. Será sempre bem vindo em Campina Grande.

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  2. Ótimo resgate! De fato precisamos valorizar mais nossos espaços. Que seu projeto de explorar e divulgar nossas belezas culturais se expanda e cative a todos cada vez mais.

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